12 de abril de 2011

deserto de sal

estudos para uma performance contendo:
um corpo
aprox. 60 kgs de sal grosso
uma banheira












Sal. Sólido cristalino. Pode ser encontrado em pequenos cristais, direto das salinas ou nas minas subterrâneas. Processo de evaporação da água do mar ou do lago salgado. Usado para preservar os alimentos. Foi moeda de troca, escambo. Chamado de ouro branco, artigo de luxo. Dele deriva a palavra salário [aquilo que nós artistas não sabemos bem o que é]. Eu tô no sal. O sal grosso, sem refino. Na mumificação, cobre o corpo. Pra preservação dos órgãos, deixe secar por 70 dias. Higroscópico, absorve a umidade do ambiente. Purifica a aura humana e retira os miasmas. No Salar de Uyuni, 12km2 de 10 bilhões de toneladas de sal formam a maior planície salgada do mundo. Deserto de sal.







1 de abril de 2011

sonhos perfurados




eu disse vida, e ela escorreu por entre as pernas.
pensei, que venha.
e tive vontade de correr, correr, correr,
desertar.

desejei.
e segui desejando entre muros e portas lacradas.
achei que era assim, desejar e pronto.

e ali latejante, entre o desejo e a concreção:
pontes, valas, rios lamacentos, pedras e armadilhas,
perfurando meus sonhos.



perfura-me, que sempre tive buracos.




(still do vídeo 'sonhos perfurados', in process.)


31 de janeiro de 2011

noturnos










quando
a água
revolve
o escuro
da noite










3 de dezembro de 2010

OLHARES SOBRE O CORPO

Na semana que vem acontece em Uberlândia o Olhares sobre o Corpo, que tenho o prazer de participar com a performance Trajeto com Beterrabas, na igreja Espírito Santo do Cerrado projetada por Lina Bo Bardi - espaço de afeto que acolhe a performance, torna-se casa.

A programação está imperdível, com debates, oficinas, espetáculos e espaços abertos para olhar e discutir o corpo e a arte contemporânea.


Programação Completa

ABERTURA – MESA-REDONDA: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A DANÇA
Dia 06/12 – segunda-feira - 14h – Teatro de Bolso do Mercado Municipal

TOMBÉ – Dimenti (BA)
Dia 06/12 – segunda-feira - 20h – Escola Livre do Grupontapé

DESCONFERÊNCIA: Encontro Nacional de Artistas da dança
(TEMA: disponibilidade e engajamento político)
www.movimentocontrapartida.com
Dia 07/12 – terça-feira - 13h – Teatro de Bolso do Mercado Municipal

CHUÁ – Dimenti (BA)
Dia 07/12 – terça-feira - 17h – Escola Livre do Grupontapé

DATA – Fernando Prado (Uberlândia – MG)
Dia 07/12 – terça-feira - 22h – Palco de Arte
EM REDE: TROCANDO OLHARES SOBRE O CORPO
Dia 08/12 – quarta-feira - 14h – Teatro de Bolso do Mercado Municipal

QUANDO SE DESPRENDEM AS PARTES – Coletivo o12 (Votorantim - SP)
Dia 08/12 – quarta-feira - 20h – Escola Livre do Grupontapé

TRAJETO COM BETERRABAS – Ana Reis (Uberlândia – MG)
Dia 09/12 – quinta-feira – 16:30h – Igreja Espírito Santo do Cerrado

SOBRE AS VIABILIDADES DE UM PROJETO – Paty Arantes (Uberlândia – MG)
Dia 09/12 – quinta-feira – 20h – Teatro Municipal (em construção)

LANÇAMENTO LIVRO Arte da Composição, teatro do movimento – Lenora Lobo (Brasília-DF) e Cassia Navas (São Paulo – SP) - Editora LGE 2008
Dia 10/12 – sexta-feira – 14h – Livraria Pró-Século XXI

BRECHA – Leo França (Salvador – BA)
Dia 10/12 – sexta-feira – 20h – Escola Livre do Grupontapé

DANÇA CONTEMPORÂNEA EM DOMICÍLIO – Cláudia Müller (Rio de Janeiro – RJ)
Dias 09 e 10/12 – quinta e sexta-feira – horários e locais variados

25 de novembro de 2010

Entrevista com Marina Abramovic

Por Fabio Cypriano na Folha de S.Paulo


Marina Abramovic possui uma energia contagiante. Após sua consagração na mostra "A artista está presente", no MoMA, ela segue cheia de projetos, como a nova mostra "Back to Simplicity", que será aberta amanhã (18), na galeria Luciana Brito, a peça "The Life and Death of Marina Abramovic", com estreia prevista em junho do próximo ano, e o Instituto de Arte da Performance, que será aberto em 2012, perto de Nova York.

Ela ainda quer trazer a retrospectiva do MoMA para o Brasil, assim como a nova peça. Leia sobre tudo isso a seguir:



O que significa "Back to Simplicity", que é o título de sua mostra?

MARINA ABRAMOVIC - Porque isso foi simplesmente necessário! A exposição no MoMA foi uma retrospectiva de tudo que já fiz e, ao mesmo tempo, uma nova performance. No começo havia duas cadeiras e uma mesa e, no final, decidi tirar a mesa e ficaram só as cadeiras. A performance durou três meses e, após tanto tempo, ela criou vida própria. E eu comecei a pensar em tantas coisas da minha vida, e, você sabe, a gente faz tanta merda em nossa vida, estamos cercados por tantos conceitos, tantos projetos e coisas desnecessárias, coisas que a gente coleciona, coisas que a gente quer, que eu realmente senti uma imensa necessidade de voltar à natureza, isso é, retornar a uma certa ritualização do cotidiano, como aproveitar o ato de beber um copo de água, segurar uma ovelha. Sabe, eu sempre me senti como uma ovelha negra, que não pertencia a nenhum lugar. E quando segurei a ovelha negra foi ótimo, mas aí precisava de uma ovelha branca e acabei segurando também um bode. Aí eu quis dormir embaixo de uma árvore, ou então descascar cebolas ou batatas. Esse tipo de coisa que nós esquecemos, porque estamos tão envolvidos com consumo, uma sociedade que nos faz cada vez mais querer mais e mais, que agora eu quero menos.

Na abertura do catálogo de sua mostra em SP há um "Manifesto sobre a vida do artista" [Leia íntegra no final desta entrevista]. Ele é recente?

Ele é muito importante. Eu já o escrevi há uns três anos. Manifestos são muito importantes para mim. Muitos artistas já produziram manifestos: os futuristas, os dadaístas, os artistas do Fluxus. Mas, de certa forma, manifestos ficaram fora de moda. Eu realmente acho que manifestos de arte são importante, porque de certa forma eles apontam para as novas gerações condições e perspectivas de questões morais que a arte deve respeitar como não se tornar um ídolo, ou não superproduzir seu trabalho, ou não se comprometer, coisas que acredito.

Uma das facetas em sua carreira é que você não só produz obras, como se preocupa muito em refletir sobre a arte em geral.

Eu acredito que eu sempre estou pensando na função da arte, eu acredito que a arte é um serviço para a sociedade, com uma função muito mais ampla que apenas produzir trabalhos de arte. Eu vejo isso como uma responsabilidade e, nesse século, mais que nunca. E uma dessas responsabilidades é com as novas gerações de artistas. Quando se alcança um certo grau de conhecimento e experiência é importante transmitir esse conhecimento e essa experiência. Ser egoísta não é uma forma de atuar, é preciso,
incondicionalmente, pensar nas novas gerações.

Essa é uma das razões porque agora penso em meu legado e quero criar esse Instituto de Arte da Performance. Mas ele não será uma fundação, porque senão seria para glorificar meu próprio trabalho e esse instituto não é sobre meu trabalho, mas sobre artistas produzindo seus trabalhos. Ele só terá meu nome porque eu creio que sou uma marca, como jeans ou coca-cola, e pelo meu nome, Marina Abramovic, as pessoas vão saber qual ele é sobre a performance, em geral, seja vídeo, música, teatro ou dança...

É verdade que lá você só vai apresentar trabalhos com mais de seis horas de duração?

Sim! Existem muitos centros de performance no mundo e a especificidade do meu serão trabalhos de longa duração, porque eu realmente acredito que apenas esse trabalhos têm a capacidade de mudar o artista ou quem o observa. Se você faz uma ação de uma hora, você ainda está atuando, mas depois de seis horas, tudo desmorona, torna-se verdade essencial. E para mim, esse tipo de verdade é muito importante. Posso dar um exemplo muito simples: pegue uma porta e abra ela constantemente, sem entrar ou sair. Se você faz isso por três, cinco minutos, isso não é nada. Mas se você faz isso por três horas, essa porta não é mais uma porta, ela é um espaço, o Cosmos, se transforma em outra coisa, é transcendente. Em todas as culturas arcaicas, rituais e cerimônias eram repetidas sempre da mesma forma e existe um tipo de energia que fica alocada nessa repetição que afeta também o público. Isso só se consegue em performances de longa duração.

Esse seu raciocínio me faz lembras que muitos dos artefatos usados por essas antigas civilizações eram apenas utensílios ritualísticos, religiosos, mas agora são denominados artísticos...

Acho que isso é um grande equívoco, porque acredito que o grande princípio da arte é que ela é uma ferramenta. Se arte é algo que só trata de um objeto, ela perde sua função. A arte tem que ser uma ferramenta para conectar ou questionar ou criar consciência no público, como qualquer outra coisa. Há uma ótima entrevista de André Malraux, quando ele era ministro da Cultura, na França, com Picasso, acho que nos anos 1950. Ele perguntou a Picasso porque ele tinha tantas máscaras africanas e ele respondeu que as máscaras eram muito importantes porque elas eram a chave, a ferramenta para os humanos se comunicarem com as forças divinas, com os espíritos, o desconhecido; e ele queria aprender a fazer o mesmo com suaspinturas.

Eu acredito que a performance também é uma ferramenta, e por isso os objetos, eles mesmos, não tenham valor. Quem tem valor é o processo e quando você passa por uma experiência, existe a transformação. Então a arte está completa. Mas para mim, arte fora de contexto e sem propósito, arte pela arte não alcança ninguém.

Em sua exposição em São Paulo há registros de trabalhos feitos nos anos 1970, reconstruídos agora. Como você os classifica?

Eu não os reconstruí, na verdade eu simplesmente nunca havia revelado esses negativos e eu tenho um imenso arquivo. Nos anos 1970, quando fizemos nossas performances, nós a registramos como documentação, memórias. Mas nunca os vendi. Eu realmente acredito que a memória do público precisa ser ativada, porque pouca gente viu aqueles trabalhos e agora eu os estou mostrando.

Na biografia que foi publicada recentemente, consta que você comprou todo esse arquivo do Ulay, é verdade?

Sim, é verdade. Quando nos separamos, ele ficou com tudo e isso foi um inferno! Então foram necessários seis anos para eu conseguir tudo de volta e ainda não foi um bom acordo, porque de tudo que eu vendo, ele fica com 20%, e como as galerias ficam com 50%, eu só fico com 10% a mais. Só que eu é quem trabalho um monte, em revelar, moldurar, organizar mostras...

No próximo ano você prepara uma peça com Robert Wilson, "The Life and Death of Marina Abramovic", certo?

Ela é a continuação de uma única peça que tenho feito e que é sobre minha vida, "Biografia". Comecei em 1989, com Charles Atlas, e a cada cinco ou seis anos, eu a refaço com um novo diretor, e eu cedo todo meu material, sem nenhuma condição. Eles têm a liberdade de fazerem o que quiser com minha história, alterar a cronologia, o que quiser. Eu não posso vetar nada. E uma coisa que estou exercitando muito em minha vida é abrir mão do controle.

Isso faz parte, inclusive, de minha idéia de reperformance, que é dar a possibilidade a jovens artistas de refazerem minhas performances, como eu refiz sete performances em "7 Easy Pieces", no Guggenheim, em 2005. Essa é a única forma da performance ter vida longa, senão elas são apenas matéria morta nos livros. E abrir mão de controle não é algo fácil para um artista, porque sempre dizemos meu trabalho, minha obra.

Com a direção do Robert Wilson, o Willem Defoe será o narrador e o Antony, do Antony & The Johnsons, está fazendo a música.

Você quer mostrar essa peça no Brasil?

Sim. Se alguém me convidar, eu venho correndo! Meu maior sonho se divide em dois: trazer a retrospectiva do MoMA para cá e também essa peça. Eu tenho a sensação que a jovem geração de artistas aqui realmente admira meu trabalho e eu adoro o Brasil, já vim muitas vezes, me sinto muito emocionada e até já fiz muitos trabalhos aqui.

Como você avalia sua retrospectiva no MoMA? Houve algumas críticas por conta das reperformances. Você viu os vídeos delas com seus estudantes, o que achou?

Sabe, eles não eram meus alunos. Meus estudantes europeus não puderam ir porque não conseguiram visto de trabalho para os EUA, lá eles são muito rigorosos com isso. Tive que fazer um novo casting lá!

Mas eu sou totalmente contra às críticas à reperformance, porque é muito fácil criticar. As pessoas precisam ter uma nova visão sobre isso porque afinal é algo novo mesmo e diferente do que eu fiz nos anos 1970. As pessoas são diferentes, as circunstâncias são diferentes. Muito gente tem nostalgia ou apreço pelo vintage. Eu estou de saco-cheio do vintage! Eu quero fazer performance honestamente e ter sempre uma nova vida! E por isso estou abrindo mão do controle.


Manifesto sobre a vida do artista
Marina Abramovic

1 a conduta de vida do artista:
- o artista nunca deve mentir a si próprio ou aos outros
- o artista não deve roubar idéias de outros artistas
- os artistas não devem comprometer seu próprio nome ou comprometer-se com o mercado de arte
- o artista não deve matar outros seres humanos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- os artistas não devem se transformar em ídolos

2 a relação entre o artista e sua vida amorosa:
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista

3 a relação entre o artista e o erotismo:
- o artista deve ter uma visão erótica do mundo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter erotismo

4 a relação entre o artista e o sofrimento:
- o artista deve sofrer
- o sofrimento cria as melhores obras
- o sofrimento traz transformação
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito

5 a relação entre o artista e a depressão:
- o artista nunca deve estar deprimido
- a depressão é uma doença e deve ser curada
- a depressão não é produtiva para os artistas
- a depressão não é produtiva para os artistas
- a depressão não é produtiva para os artistas

6 a relação entre o artista e o suicídio:
- o suicídio é um crime contra a vida
- o artista não deve cometer suicídio
- o artista não deve cometer suicídio
- o artista não deve cometer suicídio

7 a relação entre o artista e a inspiração:
- os artistas devem procurar a inspiração no seu âmago
- Quanto mais se aprofundarem em seu âmago, mais universais serão
- o artista é um universo
- o artista é um universo
- o artista é um universo

8 a relação entre o artista e o autocontrole:
- o artista não deve ter autocontrole em sua vida
- o artista deve ter autocontrole total com relação à sua obra
- o artista não deve ter autocontrole em sua vida
- o artista deve ter autocontrole total com relação à sua obra

9 a relação entre o artista e a transparência:
- o artista deve doar e receber ao mesmo tempo
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber

10 a relação entre o artista e os símbolos:
- o artista cria seus próprios símbolos
- os símbolos são a língua do artista
- e a língua tem que ser traduzida
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- Às vezes, é difícil encontrar a chave

11 a relação entre o artista e o silêncio:
- o artista deve compreender o silêncio
- o artista deve criar um espaço para que o silêncio adentre sua obra
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento

12 a relação entre o artista e a solidão:
- o artista deve reservar para si longos períodos de solidão
- a solidão é extremamente importante
- Longe de casa
- Longe do ateliê
- Longe da família
- Longe dos amigos
- o artista deve passar longos períodos de tempo perto de cachoeiras
- o artista deve passar longos períodos de tempo perto de vulcões em erupção
- o artista deve passar longos períodos de tempo olhando as corredeiras dos rios
- o artista deve passar longos períodos de tempo contemplando a linha do horizonte onde o oceano e o céu se encontram
- o artista deve passar longos períodos de tempo admirando as estrelas
no céu da noite

13 a conduta do artista com relação ao trabalho:
- o artista deve evitar ir para seu ateliê todos os dias
- o artista não deve considerar seu horário de trabalho como o de funcionário de um banco
- o artista deve explorar a vida, e trabalhar apenas quando uma idéia se revela no sonho, ou durante o dia, como uma visão que irrompe como uma surpresa
- o artista não deve se repetir
- o artista não deve produzir em demasia
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar poluir sua própria arte

14 as posses do artista:
- os monges budistas entendem que o ideal na vida é possuir nove objetos:
1 roupão para o verão
1 roupão para o inverno
1 par de sapatos
1 pequena tigela para pedir alimentos
1 tela de proteção contra insetos
1 livro de orações
1 guarda-chuva
1 colchonete para dormir
1 par de óculos se necessário
- o artista deve tomar sua própria decisão sobre os objetos pessoais que deve ter
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- o artista deve, cada vez mais, ter menos

15 a lista de amigos do artista:
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito

16 os inimigos do artista:
- os inimigos são muito importantes
- o Dalai Lama afirmou que é fácil ter compaixão pelos amigos; porém, muito mais difícil é ter compaixão pelos inimigos
- o artista deve aprender a perdoar
- o artista deve aprender a perdoar
- o artista deve aprender a perdoar

17 a morte e seus diferentes contextos:
- o artista deve ter consciência de sua mortalidade
- Para o artista, como viver é tão importante quanto como morrer
- o artista deve encontrar nos símbolos da sua obra os sinais dos diferentes contextos da morte
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo

18 o funeral e seus diferentes contextos:
- o artista deve deixar instruções para seu próprio funeral, para que tudo seja feito segundo sua vontade
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida

21 de novembro de 2010

performance: corpo, política e tecnologia



O projeto Performance: corpo, política e tecnologia, contemplado com o patrocínio do Programa CULTURA E PENSAMENTO 2009-2010, é realizado pelo Ministério da Cultura, pela FAPEX e Associação da Casa Ruy Barbosa, com patrocínio da Petrobrás e que conta com a parceria dos Ministérios da Educação, SESC-SP, RNP e TVE Bahia. Organizado e curado por Maria Beatriz de Medeiros (Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos), tendo como instituições consorciadas a Universidade de Brasília e a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, realizará debate-encontros nos dias 23, 24, 25, 26 e 27 de novembro de 2010, com 25 convidados nacionais e internacionais.

O debate-encontro “Performance: corpo, política e tecnologia” visa discutir a linguagem artística performance enquanto campo híbrido da arte contemporânea: corpo, coletivo, cidade e tecnologia, com o objetivo de gerar material videográfico e bibliográfico, bem como disponibilizá-los gratuitamente para o grande público.

Os debates presenciais acontecerão durante o mês de novembro de 2010 em Brasília e envolverá artistas e pensadores atuantes em Aracaju-SE, Brasília-DF, Florianópolis-SC, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Salvador-BA, Argentina/Espanha, Pennsylvania e Nova Iork(EUA). Haverá a transmissão ao vivo via internet de palestrantes localizados em New York(EUA), Salvador (BA), Floriánopolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ).

O público-alvo são estudantes de graduação, pós-graduação, artistas, professores pesquisadores e, para as performances, o público das ruas de cada cidade. Todos os debates e performances terão transmissão ao vivo pela rede internet disponibilizados neste site. A programação se divide em debates presenciais e telepresenciais que ocorrerão no Teatro Dulcina de Moraes, no CONIC; na Universidade de Brasília com Workshops ministrados por Lílian Amaral e Lúcio Agra no IdA/VIS; Mostra de vídeo, no Teatro Dulcina de Moraes, CONIC; Apresentação de performances artísticas presenciais e transmitidas online CONIC e proximidades; Lançamento das publicações dos artistas convidados pelo evento no Café Savana da 116 NORTE e festa de encerramento do evento no Balaio Café da 201 NORTE. O evento é aberto e gratuito.

O proponente, o Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos - GPCI, reconhecido CNPq desde 1994, efetua reflexões e práticas relacionadas à performance e pensa a presença das tecnologias digitais frente a um corpo que, jogado na cidade, se re-dimensiona (diversos artigos e livros publicados, entre eles Tempo e performance e Espaço e performance, ambos publicados em 2007 pela Universidade de Brasília). Maria Beatriz de Medeiros possui experiência em organização de eventos, foi presidente da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas - ANPAP, 2003-2005, e conseqüentemente organizou os encontros nacionais destes anos. Também apoiou a organização dos eventos 6º, 7º e 8º e 9° encontros #ART (Arte e tecnologia) do PPG-Arte, UnB.


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participo da mostra de vídeos com:
ensaio sobre o muro e trajeto com beterrabas

Mostra de vídeos performance: corpo, política e tecnologia

5 de novembro de 2010

entre as ramificações

quantos movimentos e forças éticas/estéticas estão em jogo ao longo de cada dia de nossas vidas?
o que nos torna presença que engendra decisões coletivas que, por sua vez, são compostas de inúmeras individualidades?

após esse tempo em que estivemos imersos num confronto entre duas forças, duas escolhas, submergem à superfície a fragmentação da sociedade que permanecia implícita nessa suposta dualidade.

são inúmeros e plurais os pensamentos que permeiam esse habitat-brasil.
pluralidade é uma palavra que conforta. ramificações, rizomas, são sempre mais interessantes do que as divisões binárias.

mas até que ponto sabemos conviver com o diverso, o diferente, o múltiplo ainda mais quando este é impermeável às diversidades?

o que faz de nossa existência não uma voz surda aos tantos outros que também nos compõem, mas uma melodia capaz de transformar e redirecionar os rumos do espaço que partilhamos?

se essa avalanche de preconceitos e conservadorismo que agora nos aparece boiando como os restos e dejetos dum rio poluído, nos é abjeto e, como tal, inevitavelmente parte do corpo que somos.

olho pra esse volume cinzento e opaco e penso comigo: é possível criar entre nós o terceiro espaço?

29 de setembro de 2010

um zé outro zé




cássia diz:
poe lá no seu blog e faz uma serie de zés

.
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as peças se ajuntam nos braços
cola tudo com a vontade de tirar alguma coisa de dentro de si

.
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21 de setembro de 2010

do silêncio da concha

ana reis e cássia nunes

Por meio de experiências que ativam o espaço e suas potências sensoriais, uma performance instaura-se durante três dias na praça Tubal Vilela em Uberlândia, no espelho d’água localizado em frente ao posto policial, onde antes existia uma concha acústica (até o ano de 1992).
Através do cuidado com o lugar, ao lavar e encher o espelho d'água, e da ativação da sensibilidade no contato com água e conchas, a ação questiona os usos e transformações do espaço público trazendo à tona novas propostas de ocupação.
Depositando no espelho a água coletada em cachoeiras da cidade com algumas garrafas pet, efetuamos uma ação simbólica que conecta o elemento de fluxo entre o natural e o urbanizado, remetendo ainda a um ritual de purificação.
Ouvimos conchas do mar e convidamos os passantes a ouví-las e entrar no espelho d'água. A analogia da concha acústica com a concha do mar e a tentativa de ouvir, no silêncio da concha, o som de um outro espaço ou de um outro tempo, cria um estímulo para a transcendência e a reinvenção do lugar cotidiano que se encontra impregnado pelo signo da vigilância.
Ao dialogar com o elemento arquitetônico e remontar à memória do espaço, a performance convida o transeunte a refletir sobre seu próprio corpo no espaço urbano e como este pode ser transformado pela sua ocupação e interferência.


ação realizada nos dias 01, 02 e 03 de setembro de 2010




















fotografias de thiago carvalho




A performance integrou o projeto Arte Móvel Urbana, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de Uberlândia-MG. Os registros desse e dos outros quatro trabalhos selecionados para o projeto encontram-se em exposição na Casa da Cultura, até o dia 16 de outubro.



vídeo em exposição: guarany lavor e ricardo alvarenga

12 de setembro de 2010

dez anos silenciados e a cidade caminhando sobre seu nome

Rondon Pacheco (Uberlândia, 31 de julho de 1919) é um político brasileiro.

Foi governador de Minas Gerais, de 15 de março de 1971 a 15 de março de 1975, tendo sido eleito de forma indireta, conforme a Constituição de 1967/1969 e o AI-2.

Umas das principais Avenidas da cidade brasileira e mineira - Uberlândia - MG, recebeu o nome do governador, (Avenida Governador Rondon Pacheco), mais falada como: Avenida Rondon Pacheco.

Foi o responsável pela profunda transformação gerada no estado com a implantação da Fiat Automóveis S.A. na década de 70. Antes de tomar posse, visitou Giovanni Agnelli, presidente da Fiat, em Turim, dando início a negociações que culminaram com a assinatura, em 14 de março de 1973, do "Acordo de Comunhão de Interesses para a implantação de uma indústria automobilística em Betim, Minas Gerais". O primeiro presidente da empresa foi o engenheiro Adolfo Neves Martins da Costa.

Três anos depois, a 9 de julho de 1976, a fábrica era inaugurada, com a presença de Agnelli e do então presidente brasileiro, Ernesto Geisel. A Fiat brasileira é hoje (2008) lider de mercado no Brasil, maior indústria de Minas Gerais e maior fábrica da Fiat em todo o mundo.

Foi presidente da ARENA (Aliança Renovadora Nacional), um dos dois únicos partidos existentes na Ditadura Militar no Brasil, um tempo de estagnação politica e grandes revoltas populares. Houve a existência de muitos partidos, porém na ilegalidade, se limitando apenas em panfletos e manifestações seguida de grandes torturas e prisões políticas; um crescimento na região, de fato, ocorreu, porém foi às custas de um silêncio temoroso.

Rondon Pacheco tem 89 anos (2008), vive em Uberlândia-MG e atualmente é conselheiro do BDMG - Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rondon_Pacheco